quarta-feira, 20 de abril de 2011

O pecado da carne


À leve insinuação de um corpo que provoca,
O outro corpo cede sem entrega à provocação
E vira uma aparente dança sem beleza, oca,
Inútil, mas segue-se dançando em exaltação

Plena. Um dos corpos ao outro corpo toca,
Freme, despe-se e torna-se uma anunciação
Do pecado da carne. Um corpo faz de toca,
O outro de escondido. Consuma-se na ação

Dos corpos o que se vê o mais vergonhoso
Ato de luxúria aos padres. Brota-se o gozo
Dos corpos entregues ao proscrito pecado

Peca-se? Não se peca. Era um desejo antigo
Dos corpos tal encontro. Absolve-se do castigo,
Promove-se o prazer há tanto procurado.

Francisco Libânio,
20/04/11, 3:38 PM

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