quinta-feira, 31 de maio de 2012

0170 - Soneto para a Ana Luíza de Tom Jobim


Ah, se a guarda cochilasse e desse mole
Era bom de galgar a muralha, divisar de lá
O vale, os prados e tudo mais o que se há
Para ver, sentir e tocar e passear de trole

Mas a guarda e Ana Luíza têm o controle,
Não há como passar por eles e chegar lá
E esperar na boa a primavera que chegará,
Mas Ana Luíza a nega. Pois que se imole

Quem quiser. E quem quiser que procure
Luíza que não deixa que a estação perdure
Nem ouve a canção que fala dela na brisa

E assim sendo, como resistir ao encanto,
Esse encanto que faz amar, quase santo,
Esse que existe e assiste em Ana Luíza?

Francisco Libânio,
31/05/12, 9:51 PM

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