sábado, 26 de fevereiro de 2011
O Poeta observa um muro
O Poeta observa um muro como se nada
Houvesse nele. E nele nada há, de fato,
Brancura absoluta como belamente ornada,
Imaculado, o muro é do Poeta o extrato
Perfeito de sua inspiração nada inspirada,
De seu lirismo agora opaco como inexato,
Mas ele espera a hora áurea da revoada
Em que será feito do branco abstrato
Dessa pureza intocada o maravilhoso
Espetáculo de formas e de mil cores
No muro casto ainda virgem do Poeta
Enquanto o muro observa esperançoso
O Poeta a escrever como pintasse flores
Em sua alvura para sua alegria repleta.
Francisco Libânio,
24/05/10, 7:22 PM
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