terça-feira, 10 de agosto de 2010
Soneto de Monotonia
As horas passam... Que passem porque não faço conta
Do que elas fazem. Isso é problema só delas,
Exclusivamente. Eu fico aqui somente a vê-las
E isso me alivia ao tempo que me desaponta
Alivia porque se elas passam por mim à tonta
É sinal que estou vivo a ponto de entretê-las,
Mas desaponta, pois ao mesmo tempo que elas
Passam, grão a grão minha vida se desmonta
Eu estou aqui, sem fazer nada sem dar sentido
À minha vida e as horas, que comigo têm vivido
São menos as úteis do que as que foram ociosas
E enquanto as horas passam, uso me fazer poeta,
Até escrevo para essas horas vadias. Isso completa
Minha existência enquanto elas se crêem vitoriosas.
Francisco Libânio,
09/08/10, 6:02 PM
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